Brasil Comissão Global de Política de Drogas


Um grupo de notáveis apresentou terça-feira 25 Janeiro 2011 em Genebra uma iniciativa conhecida como Comissão Global de Política de Drogas.


Ao invés da estratégia habitual baseada na repressão, esses políticos e intelectuais propõem eliminar as penas para a possessão de certas substâncias narcóticas.
Trata-se da Comissão Global de Política de Drogas, cujo objetivo é apoiar no mundo inteiro políticas eficazes e humanas de redução da pobreza, mas também provocar um grande debate público das atuais políticas de luta contra a droga.
 
A Comissão parte do princípio de que “a guerra conta as drogas está perdida de antemão” e que as políticas repressivas praticadas em países como os Estados Unidos não serviram para quase nada. É assim que esse novo órgão, composto de personalidades de renome mundial, foi lançado em Genebra.

  Algumas das perguntas a que este seleto clube tentará responder, estão, por exemplo:

Quais são os riscos e vantagens de descriminalizar a posse de maconha para consumo próprio? Quais são as alternativas para a falida guerra contra a droga?
 
Para encontrar resposta a essas questões difíceis, a comissão pretende  “colocar na arena internacional uma discussão baseada em evidências científicas que leve em conta os direitos humanos.”

 Segundo observam, em numerosos países as consequências associadas à erradicação do cultivo, a violência sistêmica e a corrupção endêmica ligada ao dinheiro da droga “supera em muito os problemas do próprio consumo.”
 
Conforme a comissão, a atual polarização entre partidários da mão firme e da tolerância “bloqueia o debate.” Em muitos países, as políticas repressivas prevalecem sobre as políticas baseadas em princípios científicos e sociais. Porém, há exceções.
O exemplo suíço

Pragmatismo helvético, somadas à compaixão e ao respeito dos direitos humanos.

Em uma carta aberta apresentada terça-feira e publicada por jornais suíços, o ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso e Michael Kazatchkine, diretor executivo do Fundo Mundial de Luta Contra a Aids, dão uma resposta possível às perguntas formuladas acima.

Na opinião deles, o exemplo a ser seguido passa pelo “modelo suíço” O político brasileiro lembra os conturbados anos 1980, quando o consumo de heroína por via intravenosa fez estragos entre viciados em Genebra e Zurique.

Ao invés de criminalizar o doente, a Suíça optou por uma política revolucionária baseada em distribuir drogas, com estrito controle médico, aos toxicômanos  de há muto tempo. Segundo Fernando Henrique, enquanto em países como Rússia e Estados Unidos os infectados pelo HIV aumentaram exponencialmente, a situação na Suíça foi mantida sob controle.

De fato, do lado oposto da balança está o exemplo norte-americano. Os Estados Unidos optaram pela repressão policial em larga escala, aumentando também exponencialmente o número de prisões e de prisioneiros.

Mas se os Estados Unidos têm a maior quantidade de presos por tráfico e consumo de drogas, um “numero desproporcional entre eles são latinoamericanos e afroamericanos.

Nas palavras do ex-presidente brasileiro, “essa ofensiva permitiu aos cartéis da droga obter mais lucros do que nunca e já controlam populações inteiras na América Latina.”

 Para concluir, Fernando Henrique afirmou: "Exemplos como da Suíça ou Portugal demonstraram que existem melhores soluções (ao problema da droga) do que a repressão”. Soluções que passam pelo pragmatismo helvético, somadas à compaixão e ao respeito dos direitos humanos.
 



Rodrigo Carrizo Couto, swissinfo.ch, Genebra
Adaptação: Miguel Monteiro
http://www.swissinfo.ch/por/reportagens/Por_uma_nova_politica_de_drogas.html?cid=29341516


Investir em tratamentos???





Cientistas da Universidade de Genebra divulgaram uma pesquisa cujos resultados poderiam ser utilizados no combate à dependência de cocaína.

Eles desenvolveram um método que apaga os traços deixados pela droga no cérebro de ratos e normaliza o comportamento do viciado.

Facto :

A cocaína é uma substância com grande risco de causar dependência. Ela oferece uma sensação positiva, mas depois que o efeito passa o usuário necessita de mais doses. Sabe-se que ela deixa vestígios no cérebro, o que significa que uma recaída pode ocorrer depois de meses ou até anos apesar da pessoa ter parado de usar a droga.

Em um artigo publicado na revista científica "Nature", a equipe do Departamento de Neurociência da Universidade de Genebra demonstrou como utilizou ratos para provar que os vestígios do consumo de cocaína podem ser eliminados no cérebro. E isso não é tudo.
 
"Foi a primeira vez em que conseguimos manipular especificadamente a conexão entre duas células nervosas para modificar o comportamento da dependência", explica o chefe da equipe, Christian Lüscher.

Os pesquisadores aplicaram um processo relativamente novo denominado "optogenética", descrito por Lüscher como "uma técnica verdadeiramente revolucionária e que pode mudar muita coisa."

… Ele acrescenta que os usuários podem se recuperar do vício, mas o risco de recaída é bastante elevado. "Se eles são confrontados com uma situação (de risco), são mais propensos a consumir a droga do que uma pessoa que nunca a experimentou anteriormente."
"Esperamos que, ao apresentar algumas novas ideias das ciências básicas, poderemos ajudar a ter novas iniciativas nessa direção."
Isobel Leybold-Johnson, swissinfo.ch
Adaptação: Miguel Monteiro




Comentários

  1. Sou dependente de opiáceos desde os 15 anos. Hoje com 46 anos não tenho uma vida satisfatória. Desde que comecei a tentar parar de usar os opiáceos tentei vários tratamentos, principalmente com anti-depressivos e retirada gradual da substância. Como minha vida é muito restrita, geralmente fico trancado no quarto em que vivo com minha família, quando consigo tomar pelo menos 40mg de metadona por dia fico totalmente ajustado, sem depressão, com idéias construtivas e vontade de viver. Os dias que não me medico, perco totalmente tudo que é positivo para levar uma vida normal. O resumo é que, quando sou medicado tenho vida, quando não, me sinto um morto-vivo.

    ResponderEliminar
  2. então entra no programa da metadona se te faz sentir bem, e que podes ser um vencedor, porque acabas por ter mais a perder se viveres em depressão do que uma depêndencia que milhares tb vivem...mas se achares uma força na vida para além desta , como desporto uma paixão ou te amares a ti proprio então força maior ainda

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Olá às vezes posso passar alguns dias sem vir ver o teu comentário mas venho frequeentemente, por isso assim que puder dou um feed back, tem coragem e bom animo...tu é capaz

Mensagens populares deste blogue

Metadona e o excesso de peso

Estudo: droga anti-retroviral popular tem mesmo efeito no cérebro como LSD

METADONA EFEITOS COLATERAIS