MITO DA DEPÊNDENCIA DA MORFINA IMPEDE TRATAMENTO
MITO DA DEPÊNDENCIA DA MORFINA IMPEDE TRATAMENTO
MÉDICOS SEM FORMAÇÃO PARA O TRATAMENTO DA DOR CRÓNICA
INSTITUTO
PORTUGUÊS DE ONCOLOGIA DE LISBOA LANÇA MANUAL SOBRE TERAPÊUTICAS ADEQUADAS
Apenas
3% dos doentes com dor crónica tem acesso ao tratamento, alertou no dia 15 de Outubro de 2012 a médica Matilde Raposo, coordenadora da
clínica da dor do instituto português de Oncologia (IPO) de Lisboa, na
apresentação do “ Manual da dor”, destinado a médicos e doentes.
Uma
das razões para a falta de acesso ao tratamento deve-se, sublinhou a médica, a
que “ persistiam mitos” acerca dos opióides como a Morfina. “ Ainda há a ideia que os doentes possam ganhar
dependência [da Morfina] e por isso o acesso ao tratamento não é fácil”.
Luís
Portela, fundador da unidade da dor no IPO, afirmou haver “constrangimentos” ao
tratamento e destacou a dificuldade de implantação de unidades certificadas e
de recrutamento de pessoal com formação acaso ainda a ausência de uma rede de
referenciação de doentes. Luis
Portela alertou para o “risco “ de os opióides perderem a comparticipação do
Estado, que é de 100% . A unidade da dor
do IPO tem dois médicos ( um a tempo parcial), que em 2011 fizeram 600
consultas e 2800 de seguimento.
Fonte de notícia: Jornal Correio da Manhã
Novo alvo para bloqueio da
dependência de opioides
Em um recente trabalho publicado na revista Journal
of Neuroscience, pesquisadores descobriram que
além do agonismo de receptores opióides, drogas
como a morfina e a heroína agem como
xenobióticos para ativar o receptor de
reconhecimento padrão Toll-4 (TLR4),
potencializando a ação da dopamina, responsável
pela recompensa e consequentemente a
dependência dos opioides.
Baseado nisso, uma série de experimentos foram
realizados observando-se o comportamento aditivo
em ratos e camundongos tratados somente com
morfina ou pela administração de um isômero ótico
não natural do naloxona, a (+)-naloxona, que agiria
morfina.
Os animais que receberam (+)-naloxona antes da
morfina não apresentaram comportamento de
dependência, e houve uma redução na liberação de
dopamina, comparado ao grupo que somente
tratados com (+)-naloxona continuaram
apresentando um alívio da dor proporcionado pela
morfina apesar da falta de sinais de dependência. Os
mesmos experimentos foram conduzidos em animais
deficientes para TLR4, e o comportamento
observado foi o mesmo dos animais pré-tratados
com (+)-naloxona.
A equipe também realizou ensaios de acoplamento
para mostrar que tanto a (+)-naloxona como a
morfina se ligam na mesma porção do TLR4, na
proteína acessória MD2. Assim, a (+)-naloxona
apresenta capacidade para bloquear a ação da
morfina no receptor TLR4. Foram testados também
mais de 70 possíveis alvos de ação para o (+)-
naloxona, incluindo receptores, enzimas, canais
iônicos e transportadores, sendo que não obtiveram
sucesso em nenhum desses alvos, além do TLR4.
O próximo passo será descobrir exatamente como o
TLR4 controla esses comportamentos ligados à
dependência induzida por opioides. Além disso, os
pesquisadores afirmam que os ensaios clínicos para
testar a eficácia da combinação de morfina com (+)-
naloxona iniciarão dentro de 18 meses.
Referência: Hutchinson MR, Northcutt AL, Hiranita T, Wang X, Lewis SS, Thomas J, van Steeg K, Kopajtic TA, Loram LC, Sfregola C, Galer E, Miles NE, Bland ST, Amat J, Rozeske RR, Maslanik T, Chapman TR, Strand KA, Fleshner M, Bachtell RK, Somogyi AA, Yin H, Katz JL, Rice KC, Maier SF, Watkins LR. Opioid Activation of Toll-Like Receptor 4 Contributes to Drug Reinforcement. J Neurosci. 2012 32(33):11187-11200.
Comentários
Enviar um comentário
Olá às vezes posso passar alguns dias sem vir ver o teu comentário mas venho frequeentemente, por isso assim que puder dou um feed back, tem coragem e bom animo...tu é capaz